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16/11/2012

Ultima dedicatória - parte 1

A primeira parte desta última dedicatória é uma conversa entre os dois suspeitos do costume: o Coração (H) e o Cérebro (B)
*batem à porta
H - Quem é?
B - Sou eu, Coração.
H - VAI-TE EMBORA! NÃO QUERO VER NINGUÉM!
B - Tens que abrir a porta. Falar faz-te bem.
*abre a porta
H - Que queres? Não vês que estou na merda?
B - Até parece que eu não sei isso...
H - Então que estás aqui a fazer?
B - Quero ouvir-te. Eu sei que estás... perdão, ESTAMOS mal, mas faz-te bem falar sobre isso.
H - E que queres que eu diga? Que a recompensa por me abrir completamente e fazer tudo o que fiz foi só uma facada enorme?
B - Se é isso que pensas...
H - Então é o quê? Porra! Tu viste tudo o que nós fizemos! Ninguém faz isso!
B - Eu sei. Podes perguntar a qualquer pessoa e vão todos responder o mesmo. "Eu nunca o faria". Isso só quer dizer que somos únicos.
H - Oh! Serve de muito, realmente
B - Serve sim. Serve para mostrares a todos que nós somos resistentes, pacientes e temos muito a dar.
H - Eu não quero dar mais nada a ninguém! Se forem todos como ela, prefiro virar gay. Ao menos os homens falam-te as coisas NA CARA e NA HORA!
B - Sabes que isso não é verdade. Podem ainda faltar arestas por limar, mas isso não te compete, compete a ela.
H - Eu sei... Mas a culpa é minha.
B - Não é toda.
H - Isso até eu percebo! Mas ela ficou assim depois da festa!
B - E diz-me uma coisa: foi-nos dito algo? Não. Tivemos que "adivinhar" outra vez que havia um problema.
H - Mas foi dito que...
B - Não foi ela que o disse, portanto não o tomes como verdade garantida! Apesar de até ser uma possibilidade forte, nunca o saberás se ela não nos disser nada.
H - E quando é que isso vai ser?
B - Sabes bem que nenhum de nós pode responder a essa pergunta
H - Eu amo-a tanto...
B - Eu também... Mas ela fez a sua escolha
H - Mas eu não quero!
B - Tem de ser...
H - Porquê?
B - Porque não pode ser só um a puxar a carroça!
H - Mas ela puxou... Algumas vezes.
B - Não entremos por aí que isso não é para ser discutido aqui.
H - Eu não a quero esquecer...
B - E não vais... Ela foi a melhor coisa que nos aconteceu nestes 20 anos. O problema foi outro e tu sabes qual é.
H - Sei...
B - Então vá. Há que seguir em frente. E temos de a ajudar também.
H - Porque é que vamos ajudar quem me pulverizou?
B - Em primeiro lugar, porque nós sempre fomos superiores aos outros. Ou seja, porque não é por terminar um namoro que deixas de ser amigo dessa pessoa.
H - Mas e se ela não quiser a nossa ajuda?
B - Simples, há que reinar a boa-educação. Dizer-lhe sempre "olá" e "adeus". O meio da conversa está apenas dependente dela. Temos de lhe mostrar que estaremos sempre aqui para ela, ainda que não seja como nós queremos...

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