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04/04/2012

Kuroi no sekai - capítulo IV


Treino meio a sério

            Ken aplica de imediato o seu golpe tradicional, a Hana no Mai (Dança de Flores, N.e.). Pakkun consegue esquivar-se mesmo no último segundo e balança a sua espada em direção a Ken, que bloquiea com bastante dificuldade. Os dois adversários afastam-se, sempre a fixarem-se mutuamente.

            - Não estava à espera que bloqueasses o golpe, Kenshin. Muito bem – afirma Pakkun, algo surpreendido.
- Bem, é que farto-me de treinar com o meu pai e ele faz sempre esse mesmo movimento, desvios à última e contra-ataques – responde Ken, confiante.
- Confiança excessiva faz mal, meu caro… - avisa Pakkun.
No preciso momento em que disse isso, Pakkun desaparece do campo de visão de Ken, e no instante seguinte está mesmo por baixo dele para aplicar um golpe.
- Mikadzuki! (Lua Crescente, N.e.) – grita Pakkun.
O instante seguinte é inexplicável. O corpo de Ken cai e escapa ao golpe por um cabelo. Quase instintivamente, Ken usa a mão para se apoiar no chão e desfere um pontapé no peito de Pakkun.
Assim que se levanta para atacar Pakkun com a espada, Kenshin é projetado no ar e vai de encontro aos vários colchões que se encontravam na ponta do dojo. Ao abrir os olhos, Ken repara que Pakkun estava com o punho levantado no ar e que (pelo menos foi o que lhe pareceu) uma especie de vapor azulado estava a sair do punho de Pakkun.
- Ei, então! Pensava que tinhas dito que não irias usar nenhum dos teus poderes! – reclama Ken, com dificuldades para se levantar do chão.
- Desculpa, desculpa. É que deixei-me levar pela adrenalina. Este teu último golpe… Nem sei como me conseguiste acertar, imediatamente a seguir de evitares a minha Mikadzuki – desculpa-se Pakkun. – Eu dou-te um momento para descansares.
- Não, deixa estar, eu estou bem. Vamos prosseguir – pede Ken.
Durante uns bons 5 minutos, Ken tentou sempre encontrar alguma aberta, mas Pakkun conseguia sempre bloquear as tentativas de Ken e contra-atacava quase no instante seguinte, dando a Ken pouco espaço de manobra e muito cansaço acumulado.
«Como é que eu vou fazer? Qualquer técnica que eu tento revela-se inútil! Será que… Espera. É isso!» – Então, Pakkun? Estás a ficar farto de te desviar? Ou será que és incapaz de atacar? – provoca Ken.
- Se é isso que queres, Kenshin… Então não vou facilitar!
Pakkun lança-se em direção a Ken e desfere um golpe quase perfeito na zona do abdómen mas… falha! Pakkun olha para o chão em posição defensiva à espera de ver Ken, mas não estava lá ninguém
- OI! Estou aqui! – grita uma voz acima de Pakkun.
Assim que olha para cima, Pakkun vê Ken a cair sobre ele e com a espada de madeira bem firme nas mãos.
- Kaze… HA! (Lâmina de Vento, N.e.) – grita Ken que consegue acertar em Pakkun, que cai no chão.
Pakkun tenta levantar-se mas o efeito do golpe causava a falta de movimento no braço esquerdo de Pakkun. Ken ajuda-o a levantar-se e nota que o corpo humano que Pakkun estava a usar estava bastante exausto fisicamente.
- Obrigado, Kenshin. Acho que me esforcei demais. – afirma Pakkun.
- Não me digas! Não pareceu nada! – diz Ken, num tom irónico, mas quase a rir. – Bem, é melhor levar-te a casa, não?
- Deixa estar, eu estou bem. Isto é só agora. Daqui a bocado já estou em plena forma. Vamos é meter-te em casa.
Durante o caminho, Ken e Pakkun continuam a comentar o desfecho do combate entre eles. Se o primeiro mostrava confiança e muito cansaço após usar as suas técnicas a uma velocidade muito alta; o segundo ainda estava surpreendido com a facilidade aparente com que Ken leu os seus movimentos e arranjou uma maneira de contra-atacar em segundos. Se existia alguma dúvida sobre a escolha de Ken, então elas dissiparam completamente após o combate.
Feitas as despedidas, Ken entra em casa e apressa-se a contar aos pais o sucedido. Estes mostram bastante orgulho no filho, não só pela vitória mas também pela forma como Ken a conseguiu. Completamente esgotado, Ken deita-se na cama e adormece rapidamente, com o sentimento que passou no “teste”.

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