Treino
meio a sério
Ken aplica de imediato o seu golpe
tradicional, a Hana no Mai (Dança de
Flores, N.e.). Pakkun consegue esquivar-se mesmo no último segundo e balança a
sua espada em direção a Ken, que bloquiea com bastante dificuldade. Os dois
adversários afastam-se, sempre a fixarem-se mutuamente.
- Não estava à espera que
bloqueasses o golpe, Kenshin. Muito bem – afirma Pakkun, algo surpreendido.
-
Bem, é que farto-me de treinar com o meu pai e ele faz sempre esse mesmo
movimento, desvios à última e contra-ataques – responde Ken, confiante.
-
Confiança excessiva faz mal, meu caro… - avisa Pakkun.
No
preciso momento em que disse isso, Pakkun desaparece do campo de visão de Ken,
e no instante seguinte está mesmo por baixo dele para aplicar um golpe.
-
Mikadzuki! (Lua Crescente, N.e.) –
grita Pakkun.
O
instante seguinte é inexplicável. O corpo de Ken cai e escapa ao golpe por um
cabelo. Quase instintivamente, Ken usa a mão para se apoiar no chão e desfere
um pontapé no peito de Pakkun.
Assim
que se levanta para atacar Pakkun com a espada, Kenshin é projetado no ar e vai
de encontro aos vários colchões que se encontravam na ponta do dojo. Ao abrir
os olhos, Ken repara que Pakkun estava com o punho levantado no ar e que (pelo
menos foi o que lhe pareceu) uma especie de vapor azulado estava a sair do
punho de Pakkun.
-
Ei, então! Pensava que tinhas dito que não irias usar nenhum dos teus poderes!
– reclama Ken, com dificuldades para se levantar do chão.
-
Desculpa, desculpa. É que deixei-me levar pela adrenalina. Este teu último
golpe… Nem sei como me conseguiste acertar, imediatamente a seguir de evitares
a minha Mikadzuki – desculpa-se
Pakkun. – Eu dou-te um momento para descansares.
-
Não, deixa estar, eu estou bem. Vamos prosseguir – pede Ken.
Durante
uns bons 5 minutos, Ken tentou sempre encontrar alguma aberta, mas Pakkun
conseguia sempre bloquear as tentativas de Ken e contra-atacava quase no
instante seguinte, dando a Ken pouco espaço de manobra e muito cansaço
acumulado.
«Como
é que eu vou fazer? Qualquer técnica que eu tento revela-se inútil! Será que…
Espera. É isso!» – Então, Pakkun? Estás a ficar farto de te desviar? Ou será
que és incapaz de atacar? – provoca Ken.
-
Se é isso que queres, Kenshin… Então não vou facilitar!
Pakkun
lança-se em direção a Ken e desfere um golpe quase perfeito na zona do abdómen
mas… falha! Pakkun olha para o chão em posição defensiva à espera de ver Ken,
mas não estava lá ninguém
-
OI! Estou aqui! – grita uma voz acima de Pakkun.
Assim
que olha para cima, Pakkun vê Ken a cair sobre ele e com a espada de madeira
bem firme nas mãos.
-
Kaze… HA! (Lâmina de Vento, N.e.) –
grita Ken que consegue acertar em Pakkun, que cai no chão.
Pakkun
tenta levantar-se mas o efeito do golpe causava a falta de movimento no braço
esquerdo de Pakkun. Ken ajuda-o a levantar-se e nota que o corpo humano que
Pakkun estava a usar estava bastante exausto fisicamente.
-
Obrigado, Kenshin. Acho que me esforcei demais. – afirma Pakkun.
-
Não me digas! Não pareceu nada! – diz Ken, num tom irónico, mas quase a rir. –
Bem, é melhor levar-te a casa, não?
-
Deixa estar, eu estou bem. Isto é só agora. Daqui a bocado já estou em plena
forma. Vamos é meter-te em casa.
Durante
o caminho, Ken e Pakkun continuam a comentar o desfecho do combate entre eles.
Se o primeiro mostrava confiança e muito cansaço após usar as suas técnicas a
uma velocidade muito alta; o segundo ainda estava surpreendido com a facilidade
aparente com que Ken leu os seus movimentos e arranjou uma maneira de
contra-atacar em segundos. Se existia alguma dúvida sobre a escolha de Ken,
então elas dissiparam completamente após o combate.
Feitas
as despedidas, Ken entra em casa e apressa-se a contar aos pais o sucedido.
Estes mostram bastante orgulho no filho, não só pela vitória mas também pela
forma como Ken a conseguiu. Completamente esgotado, Ken deita-se na cama e
adormece rapidamente, com o sentimento que passou no “teste”.
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